#bomdialgpd
Não pretendo criar esteriótipos, mas combater alguns exageros nas organizações em nome do diálogo, de mentes abertas, do conhecimento coletivo e da busca do alinhamento com o negócio. Por favor não vamos julgar os colegas.
Uma coisa é ser exigente, diligente, prudente, proativo e buscar o melhor interesse para a organização que representa, outra coisa é ser chato, ou pequeno tirano.
Considero que a LGPD faz parte de um processo iniciado na Europa na década de 70 quando começou a discussão do impacto da tecnologia na sociedade, lembro das inesquecíveis aulas de Informática e Sociedade do professor Ivan da Costa Marques (sala cheia 7h30 da manhã na UFRJ na Ilha do Fundão). Também entendo que as corporações são agentes ativos dos direitos humanos e que estão dando grandes passos nos processos de ESG e na implementação da equidade, diversidade e inclusão. É um duplo ajuste nos negócios, fruto da evolução rápida da tecnologia - a principal arma dos dias de hoje que é a união entre celular, redes sociais, mensagens instantâneas e internet no mesmo dispositivo surgiram timidamente em 2008.
convergência entre os direitos sociais e a evolução tecnológica
Nosso momento é de convergência entre os direitos sociais e a evolução tecnológica, o que exige consensos, conhecimento multidisciplinar, aprendizado constante, disciplina, humildade e capacidade de diálogo.
De tempos em tempos o compliance cria pequenos tiranos momentâneos que, de posse de um conhecimento básico, iniciativa e autoestima se consideram os únicos defensores da mais nobre das causas, se fez um curso de 40 horas agem como quem tem o monopólio da inteligência e da razão, no segundo curso já acham que têm licença para matar. Convivo com este tipo de situação desde o bug do milênio.
Tiranos são sedutores, no primeiro contato parecem adoráveis, mas não demoram para mostrar suas garras.
Voltando ao assunto da LGPD, de vez em quando aparece um destes tiranos em reuniões, lives e apresentações. Eles querem fazer a pergunta mais específica para se mostrarem superiores, são autorreferenciados, enfáticos, agem de forma professoral e adoram expressar com as sobrancelhas levantadas: 'segundo a LGPD' (arghhh). #prontofalei
Não exagere na interpretação, às vezes um profissional de segurança se arrisca em dar parecer jurídico ou um advogado quer aprofundar em segurança cibernética, mas na maior parte das vezes é o exercício do conhecimento multidisciplinar saudável, não ainda o suficiente para ser diagnosticado o mal da tirania. O pequeno tirano é absoluto, detém a 'totalidade do conhecimento', interrompe sem constrangimento, considera a colaboração alheia uma perda de tempo e dá opinião em 100% dos assuntos.
pequenos tiranos têm prazo de validade
A boa notícia é que o pequeno tirano tem prazo de validade: ou ele faz uma reflexão e se torna colaborativo (e usa sua energia em prol do projeto/processo), ou o grupo o expurga. O ruim é que em um momento onde estamos tratando de processos complexos e novos, com recursos limitados, perde-se muito tempo com aqueles que se posicionam em uma redoma de arrogância.
Sou pela paz, vamos cuidar destes tiramos, na maior parte das vezes é um mal momentâneo, muito arremedo de tirano reverteu a situação e usou sua motivação, energia e conhecimento na busca do melhor resultado para todos.
A LGPD não é um fim em si mesmo, mas um meio para garantir os direitos da sociedade, de forma integrada ao negócio.
No dia 12 participarei com o Dr Gilberto Martins e meu sócio Alberto Bastos da live 'Governança em Privacidade e o Escritório do DPO', fique à vontade para se inscrever e divulgar para sua equipe. Até lá.
Boa semana para todos (até para os tiranos).
Obrigado,
Abraço,
FNery