#bomdialgpd

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças"

O que é o que é, Gonzaguinha

Quem convive com crianças se surpreende (e deve ficar atento) com a forma que elas utilizam os recursos computacionais, com uma naturalidade muito maior que os mais velhos. Em termos de uso de interface de voz por exemplo elas são imbatíveis e conversam com as vozes sintetizadas como fossem suas amigas.

É obvio que este uso está recheado de armadilhas e perigos, e as crianças precisam ser supervisionadas e orientadas. Quando eu era pequeno minha mãe diariamente repetia três instruções básicas quando eu saía para a escola:

• "Não aceite bala de ninguém" (hoje no Rio de Janeiro tem uma semântica um pouco diferente daquela época);
• "Olhe para os dois lados antes de atravessar" (com as bicicletas elétricas e o grande número de entregadores, esta orientação voltou à moda, é preciso estar atento 360 graus); e
• "Não fale com desconhecidos" (como é possível no mundo digital? IA é "desconhecido"?).

Estas eram as regras para conviver com as ameaças daquele tempo.

O assunto deve ser um objeto das campanhas de conscientização dentro das organizações, já comentei por aqui algumas vezes que ao contrário da frase "pessoas são o elo mais fraco da corrente da segurança", podemos contrapor que "pessoas conscientizadas e engajadas podem ser o elo mais forte da corrente".

Este trabalho tem muitas fontes e tem sido alvo de diversas iniciativas na Europa e EUA, na Espanha a Asociación Española de Pediatria e a AEPD - Agencia Española Protección Datos publicaram o documento "Plan digital familiar - Recomendaciones generales para las familias" que traz vinte princípios sobre o uso de recursos digitais que vão de tempo de uso de telas até questões posturais e a fomentação de pensamento crítico. (link no comentário)