Cybersecurity e Boas Práticas

Conheça a nova ISO 31030 para Gestão de Riscos de Viagem


Gestão de Riscos de Viagem (GRV) é uma preocupação crescente, pelo aumento da mobilidade corporativa e os desafios globais que impactam a segurança e a saúde dos viajantes. Neste contexto, a ISO 31030, construída com base na ISO 31000 e alinhada com a ISO 45001, sobre saúde e segurança ocupacional, estabelece as melhores práticas para gerenciar riscos de viagens corporativas.


A norma é aplicável a uma ampla gama de organizações, incluindo empresas comerciais, entidades beneficentes, organizações governamentais e educacionais, excluindo viagens de turismo e lazer. Apresenta uma abordagem sistemática para desenvolver, implementar e avaliar políticas de GRV, buscando proteger tanto as organizações quanto seus empregados, garantindo que as viagens de negócios sejam conduzidas de forma segura e responsável.


"Os viajantes, sejam internacionais ou domésticos, podem se deparar com situações e ambientes desconhecidos que apresentam perfis de risco diferentes daqueles do seu ambiente de trabalho. Acidentes rodoviários, surtos de doenças, epidemias e desastres naturais, bem como conflitos, crimes (incluindo cibernéticos e de informação), ameaças cibernéticas, terrorismo e instabilidade política ou social podem ameaçar a integridade, segurança e a saúde (incluindo mental) dos viajantes e pode, assim, afetar negativamente o resultado de seus objetivos de viagem."


Este artigo apresenta uma visão abrangente da ISO 31030, enfatizando a importância da sua implementação e convidando profissionais e o público em geral a participarem no processo de consulta nacional da versão brasileira, recém lançado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em seu site:


Participe da Consulta Nacional: Este processo de revisão é uma oportunidade para profissionais e interessados contribuírem com seus comentários, garantindo que a norma atenda às necessidades específicas das organizações brasileiras.


Conteúdo e destaques da norma


"Nem todas as viagens requerem o mesmo nível de rigor para avaliação e gestão de riscos. Embora este documento forneça um conjunto abrangente de opções de tratamento de risco que uma organização pode considerar, convém que a aplicação seja fundamentada e proporcional à exposição ao risco."


Alguns dos aspectos e conceitos do documento são:


Contexto Operacional: inclui fatores externos e internos que podem influenciar as viagens, tais como condições políticas, socioeconômicas, culturais, legais, ambientais, de segurança da informação, entre outros do destino, assim como a cultura organizacional e as capacidades dos viajantes.


População Itinerante: necessidade de considerar características e necessidades específicas dos viajantes, como diversidade cultural, gênero, orientação sexual, condições médicas, enfatizando a relevância de adaptar as medidas de GRV às especificidades dos indivíduos.


Papéis, Responsabilidades e Objetivos: definição de papéis, responsabilidades e objetivos para a implementação do programa GRV. Todos, desde a alta direção até os viajantes, devem entender suas responsabilidades no processo.


Monitoramento e Revisão: monitoramento contínuo e revisão do programa GRV para garantir sua eficácia, com avaliações regulares e ajustes baseados em feedback, incidentes e mudanças no contexto operacional.


Considerações Específicas: para menores viajando sem tutores legais, é preciso considerar a capacidade de tomada de decisão e a necessidade de cuidados especiais. Além disso, em situações de paralisação global, como pandemias, a volatilidade dos riscos exige um prévio planejamento e respostas ágeis.


Alojamento em Locais de Maior Risco: escolher acomodações em locais de maior risco requer uma avaliação detalhada da segurança e proteção disponíveis, bem como do perfil de risco do alojamento e sua vizinhança.


Processo de avaliação de riscos: abordagem estruturada e informada para identificar, analisar e avaliar os riscos associados às viagens corporativas, para permitir que as organizações tomem decisões informadas sobre a viabilidade das viagens, assegurando a segurança e o bem-estar dos viajantes, bem como a consecução dos objetivos de negócios.


Tratamento de riscos: estratégias e práticas recomendadas para gerenciar os riscos identificados durante a avaliação de riscos, envolvendo por exemplo autorizações prévias e o uso de seguros como medidas de mitigação.


O Anexo A da ISO 31030 oferece ainda um guia informativo sobre o desenvolvimento e a implementação de um programa de Gestão de Riscos de Viagem (GRV), estruturado em quatro fases, compatível com a ABNT NBR ISO 31000 ou outros frameworks de gestão de riscos:


  1. Definição e Integração:Integrar o programa GRV na organização, alinhando-o com as atividades de gestão de riscos existentes.
  2. Gestão de Riscos Efetiva: Executar as atividades principais de gestão de riscos, identificando, avaliando e determinando medidas necessárias para proteger viajantes e a organização.
  3. Gerenciamento Operacional: Gerenciar as atividades cotidianas das viagens corporativas, fornecendo suporte e recursos operacionais necessários.
  4. Avaliação e Feedback:Avaliar a eficácia do planejamento e desempenho de fornecedores de serviços, coletando informações adicionais que possam ser úteis para aprimoramentos.

Resumindo, a norma ISO 31030 oferece diretrizes e orientações para um programa de GRV (Gestão de Riscos de Viagem), enfatizando uma abordagem holística e detalhada na proteção de viajantes corporativos. Com a consulta nacional em andamento, encorajamos todos a acessar o site da ABNT, revisar a proposta da norma e contribuir com comentários e sugestões, visando promover um ambiente de viagens corporativas mais seguro e eficiente.


Abraços e até a próxima!


Alberto Bastos

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